A internet é uma coisa maravilhosa: Nós nos conectamos com qualquer um em qualquer lugar desde que ambos os lados tenham acesso à internet, trocamos informações e nunca antes na nossa história conhecimento de todo o tipo esteve tão acessível e isso se aplica também aos conhecimentos ocultos.

Se antes você tinha que rezar para achar a pista de uma ordem iniciática e torcer para ser aceito, passar por vários níveis de desenvolvimento para penosamente ter mérito para conseguir revelações de conhecimento real hoje basta uns cliques e pronto, haverá dezenas de mestres com sabe-se la quantos anos de (RPG) magia dizendo “Eu sei de tudo, faça assim, faça assado!”, prontos pra te ensinar qualquer coisa em qualquer lugar.
Se essa abertura súbita (considere que a internet de fácil acesso ao público é relativamente bem jovem na nossa história global) propiciou muitos benefícios como a troca de informações, aquisição de produtos e o encontro entre pessoas com mesmas afinidades, também conta com um lado mais sombrio como efeito colateral.

A qualidade das informações se diluiu muito nesses últimos tempos modernos de globalização e isso se dá pelo fato de um entendimento parcial (ou até mesmo NENHUM) sobre um assunto e divulgar opiniões formadas aos quatro cantos do mundo. Obviamente que 90% das pessoas não faz isso propositalmente, mas é notável essa ocorrência e não há como negar.

Exemplo clássico disso é a Alquimia. Uma hora “Sim, transmuta chumbo em ouro!” para no momento seguinte “Se liga, irmão, é metáfora dos antigos…” daí qualquer mistura de ervas ou cristais leva o nome de Alquímico. Achou pouco? Vamos voltar alguns anos no tempo: Antigamente TUDO era “espiritual”: cura espiritual, tratamento espiritual, tábua espiritual. Depois, com novas divulgações de conteúdo e avanço da ciência tudo virou energético, depois vibracional e agora vivemos na era do que gosto de chamar de Era das “Quinquilharias Quânticas”, onde os mesmíssimos objetos “espirituais” hoje levam “Quântico” no nome e isso parece funcionar, já que vendem feito água (e por preços cada vez maiores sempre que mudam o nome do produto e trazem “uma revolução”).

Obviamente que isso haveria de acontecer com a ciência dos espelhos mágicos. Se desde que o mundo é mundo as pessoas confundem os enxofre, mercúrio e sal dos alquimistas com enxofre, mercúrio e sal vulgares também confundiriam o espelho mágico com um espelho literal.
Pessoal, CUIDADO, muita gente está aqui só pra tomar o nosso dinheiro aumentando o preço das coisas por levar o nome “mágico”.
Vendem espelhos comuns com belas molduras e triplicam o preço do mesmo, comprado em uma loja comum, alegando que o espelho é feito em tal horário astrológico, que possui tais regências e mais um monte de coisa que vão inventar (e não só sobre espelhos) pra atrair nossa atenção.

Vou dizer para vocês como, hermeticamente, é um espelho mágico real na tentativa de diminuir essa “gourmetização” de objetos mágicos (como aquelas varinhas que o sujeito acha de qualquer pau na rua, passa verniz, chama de varinha e vende a 50 reais ou mais nos eventos esotéricos). O que eu vou dizer não é exclusividade, não é mais um segredo guardado à sete chaves e não sou o primeiro e queira o Universo que eu não seja o último a falar sobre essa parte da ciência hermética. Não sou mestre de coisa alguma, sou aprendiz também, que vai buscar passar aos leitores aquilo que aprendeu. Tendo em vista esses esclarecimentos, cabe unicamente a quem lê dar ou não credibilidade ao que lê aqui.

Espelhos mágicos são usados para diversas finalidades. As mais comuns entre essas são: Vidência e condensação de certos elementos para magia de evocação. Pense no espelho mágico como uma porta de entrada e saída para vários lugares, segundo aquilo que o operador com a Vontade treinada ordenar.


O funcionamento dele é simples: ele vai conduzir elementos previamente densificados em sua superfície e de acordo com esses elementos ele apresentará certos comportamentos. Acumulando energia etérica e depois o elemento terra, por exemplo, você se torna capaz de dar uma olhada no Reino Elemental da terra e de evocar um elemental que se torne visível até mesmo para os não treinados (mas magia da evocação já é assunto para outro texto, existe muito mais detalhes que não me cabe abordar aqui agora).
Para segurar essa carga de elementos ele precisa ser feito de certos materiais condutores que vão assegurar a permanência desses elementos por tempo o suficiente (ou perpetuamente, dependendo da intenção ao carregar o espelho) para conduzir suas operações. Esses materiais são condensadores e existem vários: em estado líquido, sólido, gasosos e quaisquer outros estados físicos que se imagine. Eles são SIM necessários para uma boa condução e permanência dessas energias condensadas, assim como certos materiais conduzem eletricidade com maior ou menor eficiência e qualidade.

Os condensadores mais comuns são os sete metais planetários pulverizados e outros materiais (também pulverizados) misturados da seguinte forma (em volume, não em peso, de forma que se você usar uma colher de chá como medida de uma parte de chumbo, essa mesma colher será usada para uma parte de ferro, ouro, etc):

  • Chumbo: uma parte (MUITO CUIDADO ao manusear chumbo em pó, pois é extremamente tóxico).
  • Zinco: uma parte
  • Ferro: uma parte.
  • Ouro: uma parte.
  • Cobre: uma parte.
  • Latão: uma parte.
  • Prata: uma parte.
  • Resina de Aloe (Gummiresina aloe): uma parte.
  • Carvão animal (Carbo animalia): três partes. Pode ser substituído na mesma proporção (ou seja, três partes) por uma mistura de conchas trituradas (dessas brancas, ou de interior branco, que se encontra nas praias,  ex: Anadara OvalisChione subrostrata, Anadara brasiliana e Pecten ziczac) até virar pó e carvão ativado vegetal em pó em igual proporção (ou seja, se você fizer 10 gramas de conchas trituradas, irá misturar a 10 gramas de carvão ativado vegetal em pó).
  • Carvão mineral: sete partes

Logo após salpicados em uma superfície que então estará apta a ser um espelho. Essa superfície pode ser feita de qualquer coisa: papelão, madeira, vidro… há até quem misture o pó dos metais planetários com argila e um condensador em estado líquido para fazer uma massa que será moldada na forma desejada (pessoalmente, acho esse o método mais prático, apesar da fragilidade, facilmente contornada com um bom verniz e moldura para proteção). Enfim, o que importa não é a superfície usada, mas sim esses condensadores sobre ela. O formato varia entre plano ou côncavo.

O mais estranho para o leitor pode ser a constatação de que um espelho mágico não tem que, necessariamente, refletir opticamente coisa alguma, e de fato a esmagadora maioria deles não reflete (apesar de que para um iniciado de nível mais elevado qualquer superfície refletora pode ser usada como espelho mágico para finalidades de clarividência). Entenda que a nível hermético o “espelho” vai refletir para você aquilo que você quiser ver, ou seja, vai “refletir” a sua Vontade. Se quiser ver o que se passa em um canto qualquer da Terra, então é essa Vontade que ele vai refletir acompanhada do efeito correspondente, que é ver o que se passa no local desejado e assim por diante. As pessoas não estão brincando quando falam em “Filosofias” ocultas; nomes significam muito mais para aqueles que reconhecem seu verdadeiro sentido.

A respeito de espelhos mágicos nós ficamos por aqui. Como energiza-los, desenvolver clarividência correta (que não vai te deixar com problemas de visão), uso em evocações e etc é um tema que será abordado futuramente em outros textos.

Adendo (26/04/2017, 2:05 AM): Alguma coisa estava me incomodando há algum tempo em relação a este texto. Todas as vezes em que eu pensava sobre ele sentia que faltava alguma coisa. Somente agora, analisando com maior atenção (e já tendo me desenvolvido o bastante pra enxergar o assunto sob uma perspectiva ligeiramente diferente) eu posso perceber o equívoco que cometi. Eu falei a respeito de UM TIPO de espelho mágico, e o texto também carrega um tom muito dogmático a respeito do assunto. Me lembrei que há pessoas que fazem esses espelhos com qualquer coisa (Franz Bardon, segundo uma ocasião relatada em ”Frabato, o Mago”, usa o reflexo do café em uma xícara como espelho mágico). Ainda vale ressaltar a importância de não tomar o espelho mágico por necessariamente um espelho literal, mas pelo equívoco que cometi, peço as mais sinceras desculpas.

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